(Este é um pequeno monólogo que escrevi para uma amiga apresentar, Lidiane Porto!... Resolvi dividir com vocês sendo a minha primeira postagem de 2012... espero que gostem!!!)
A impureza da Flor
Bom dia meu querido!
Como foi o meu dia? Foi cansativo, porem muito bom... Estudei bastante,
conversei muito com meus amigos, me distraí, sorri, tirei sorrisos da galera!
Foi mais do que bom não é? E o seu dia, como foi? (gargalha) Bom, os seus dias se resumem a ficar sentado na minha
cama e dormir comigo Narciso e claro ficar ao lado da Petúnia, Tulipa, do
Cravo, da Vitoria Regia, seus irmãos de pelúcia! (lembrando) Antes você saía para passear comigo, estávamos juntos
em todos os lugares... (quase chora, pois
aqui começa uma analogia entre a relação entre o bicho de pelúcia e um
relacionamento acabado) Era tão bom te ter comigo preenchendo cada espaço
do meu dia, acordar ao seu lado, tomar café... Por que as coisas mudam? Por que
as coisas mudaram? (grita) Por que?
Eu cresci? Não eu não
cresci e se cresci, cresci tarde demais! Eu sorria, eu sofria, eu sou fria!
Isso eu sou, agora eu sou! É, hoje fazem oito meses... A oito meses eu sou
fria! Mas você tem razão, eu cresci... Depois disso eu cresci... (pega uma carta que esta entre seus bichos
de pelúcia e começa a ler) “ Flor,
minha linda e eterna Flor, sinto muito te dizer isso através de uma folha de
papel, mas minha coragem não me permitiu ver suas pétalas murcharem nas minhas
mãos! Flor você é dona de uma inocência e pureza que faz jus ao seu nome e eu
não quero tirar de ti uma coisa tão bela sendo que não te amo, na verdade eu
nunca amei. Me encantei? Sim! Quis ser seu? Nem tanto... Espero que entenda que
só faço isso por você minha Flor! Meus sentimentos por você não são o
suficiente para uma relação séria e uma ingênua Flor como você é incapaz de
amar por dois. Aqui me despeço esperando não ter lhe tirado pétala alguma. Um
abraço!” Como não crescer depois de um fora desses? E o pior, ele usa o meu nome para escrever
poeticamente... Eu, Flor, sou ingênua demais para amar por dois, ele não quis
tirar a beleza que tem a minha pureza? (grita)
E por que ele nunca me disse isso na cama? (chora) Fácil escrever-me uma carta de despedida levando com seu
gozo o meu casto... É Narciso eu era uma menina inocente pura e besta, mas a
minha pureza ele levou e a dor não me permite mais ser menina! (abre o vestido e se vê de lingerie). Aqui
ficou o que sobrou de mim Narciso, aqui ficou somente o que ele deixou... O que
ele deixou? Ele conheceu uma menina e deixou aqui uma mulher chamada Flor! Uma
mulher que agora sabe o prazer de ser o que é, e que sabe usar ao seu favor o
que sobrou... A impureza! A impureza da Flor...
Gleice de Andrade.